Mais de 20 milhões de brasileiros têm um tipo de arritmia cardíaca, de acordo com o Sobrac (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas).
Entre os tipos mais comuns, destaca-se a fibrilação atrial.
O principal risco dessa doença é o AVC – Acidente Vascular Cerebral, o que contribui para os altos índices de mortalidade e incapacidade decorrentes de arritmias.
Mas o que poucos sabem é que, apesar de a fibrilação atrial ser mais prevalente em idosos, ela também atinge outros grupos vulneráveis, como diabéticos, hipertensos, obesos, dentre outros.
O problema é que, na maioria das vezes, a doença não apresenta sintomas e isso dificulta o diagnóstico e impede o tratamento precoce.
Como resultado, esses grupos estão mais vulneráveis à doença e as consequências dela.
Nesse contexto, vale a pena entender melhor o que é fibrilação atrial e quando ela apresenta risco para a saúde! Para dominar o assunto, continue a leitura.
A fibrilação atrial, também chamada AFIB ou AF, é o tipo mais comum de arritmia cardíaca sustentada. Ela ocorre em aproximadamente 2% da população e é responsável por 30% de todas as internações por arritmia.
Quando o coração bate normalmente, suas paredes se contraem de forma rítmica para expulsar o sangue para as artérias. Então, os músculos cardíacos relaxam para que o coração possa se encher de sangue de novo e repetir o mesmo processo.
Tudo isso acontece de maneira sincronizada, em um ritmo forte e constante.
No entanto, quando as cavidades superiores do coração (átrios) se contraem de maneira descoordenada e irregular, há uma arritmia cardíaca do tipo fibrilação atrial.
Isso leva a batimentos cardíacos acelerados e que passam a ocorrer de maneira irregular. Como resultado, o sangue não é bombeado de maneira eficiente para todo o organismo, o que pode causar uma série de perigos para o paciente.
A causa não é totalmente compreendida, mas certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver esse problema, como você verá a seguir!
Existem alguns fatores que contribuem para o desenvolvimento da fibrilação atrial e incluem:
Conhecer esses fatores de riscos é fundamental não só para a prevenção dessa doença, mas também para um tratamento mais eficiente.
Normalmente, a fibrilação atrial não apresenta sintomas quando está em fase inicial. Mesmo assim, ela é uma doença séria e deve ser tratada.
Caso contrário, o indivíduo está suscetível a desenvolver complicações provenientes dessa doença.
Isso reforça a necessidade frequente de um acompanhamento com o cardiologista, especialmente se você apresentar alguns dos fatores de risco da fibrilação atrial.
Mas afinal, quais são os sintomas e sinais? A doença costuma causar cansaço e fraqueza. Além disso, o paciente também pode sentir desconforto na região do tórax, palpitações, falta de ar e tontura.
Se tiver algum desses sintomas e sinais, marque uma consulta com o seu médico. Somente ele será capaz de confirmar ou desconsiderar a AFIB.
Um dos maiores riscos que a fibrilação oferece para a sua saúde é a possibilidade de ter um Acidente Vascular Cerebral – AVC. Estima-se que 30% dos casos de AVC sejam decorrentes da AFIB.
Isso acontece porque ao perder sua capacidade de contrair de forma rítmica, os átrios acabam acumulando sangue. E ao ficar estagnado, pode criar coágulos.
Se esses coágulos se desprendem e entram na circulação sanguínea, podem bloquear as artérias e, assim, dificultar a passagem de sangue para o cérebro.
Com isso, esse órgão recebe pouca quantidade de oxigênio e de nutrientes, resultando em um AVC.
A AFIB também pode trazer outras complicações para a sua saúde, como insuficiência cardíaca, pois a perda da contração atrial pode resultar na diminuição do fluxo sanguíneo produzido pelo coração a cada batimento.
Essa diminuição costuma ser bem tolerada pelo coração. Entretanto, quando a frequência dos músculos ventriculares torna-se muito rápida, pode haver insuficiência cardíaca.
Para diagnosticar a fibrilação atrial, o médico pode usar um ou mais dos seguintes testes. Confira:
O eletrocardiograma é um exame que avalia a atividade elétrica do coração. Para tanto, são fixados na pele do paciente alguns eletrodos.
Então, o eletrocardiograma é conectado nesses eletrodos por meio de fios que vão registrar o ritmo do coração e número de batidas por minuto. Esses impulsos elétricos são registrados em um pedaço de papel.
Os testes de estresse detectam anormalidades fisiopatológicas do fluxo sanguíneo. Ele pode ser realizado de duas formas.
Uma delas é o uso de fármacos, como dipiridamol, regadenoson e dobutamina que induzem à isquemia. Após aplicá-los, o médico analisa como o organismo se comporta diante dessa situação.
Outra maneira de realizar o teste de estresse é por meio do teste ergométrico.
Normalmente, o paciente caminha em uma esteira até que a frequência cardíaca desejada seja atingida ou que os sintomas de fibrilação atrial surjam- o que acontecer primeiro.
Há, ainda, opções de exames que permitem monitorar as atividades cardíacas por um período maior de tempo.
Por exemplo, o monitor holter, que é um dispositivo ECG portátil. Ele é utilizado para registrar as atividades elétricas do coração durante um dia ou mais.
Além dele, há o monitor de eventos implantável (LOOPER). Esse dispositivo é implantado sob a pele do paciente para detectar arritmias cardíacas.
É possível diminuir o risco para evitá-la de diversas maneiras. Uma delas é a prática de exercícios físicos e adoção de uma alimentação saudável para manter o peso em níveis adequados.
Além disso, é preciso controlar a diabetes, tratar bem a hipertensão arterial, reduzir o consumo de álcool e evitar o tabagismo. Afinal, eles são fatores de risco para a AFIB.
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